Custos de PCR ameaçam viagens

São Paulo, 07 de maio 2021
Matéria Por: Dedê Gomez
Foto por: IATA

A IATA alerta que preço de testes do COVID ameaçam viagens.

A IATA (International Air Transport Association) está pedindo aos governos que garantam que os altos (e amplamente variáveis) custos dos testes de PCR – incluindo lucro potencial – não coloquem as viagens fora do alcance dos viajantes. A associação de companhias aéreas afirma que os testes do COVID-19 devem ser não apenas oportunos, amplamente disponíveis, eficazes, mas também acessíveis.

Uma amostragem IATA de custos para testes de PCR (o teste mais frequentemente exigido pelos governos) em 16 países mostrou grandes variações por mercados e dentro dos mercados. Apenas a França, nos mercados pesquisados, cumpriu a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o estado arcar com os custos dos testes para viajantes. Nos 15 mercados onde há um custo de teste PCR para os indivíduos, o custo mínimo médio para teste foi de U$90, enquanto o custo máximo médio foi de U$ 208.

A IATA observa que, mesmo considerando os custos, adicionar testes PCR às tarifas aéreas aumentaria drasticamente o custo de voos para indivíduos: Antes da crise, a média de passagem aérea, só de ida, incluindo impostos e taxas, custava U$200. Um teste de PCR a U$90 aumenta o custo em 45%, U$ 290. Adicionando outro teste na chegada o custo aumentaria 90% para U$380. Supondo que sejam necessários dois testes em cada direção, o custo médio de uma viagem ida e volta individual pode subir de U$400 para mais de U$800.

O impacto dos custos dos testes COVID-19 nas viagens familiares seria ainda mais severo. Com base nos preços médios dos tkts, U$200 e teste PCR básico U$90 duas vezes por rota, uma viagem para quatro que teria o custo de U$1.600 pré-COVID, poderia dobrar para U$3.040, sendo U$1.440 de custos de teste.

“À medida que as restrições às viagens são suspensas nos mercados domésticos, estamos vendo uma forte demanda. O mesmo pode ser esperado nos mercados internacionais”, diz o diretor geral da IATA, Willie Walsh. “Mas isso poderia ser perigosamente comprometido com os custos dos testes, principalmente os testes de PCR. Aumentar o custo de qualquer produto irá sufocar significativamente a demanda.”

“O impacto será maior para viagens curtas, até 1.100 km: com tarifas médias de U$105, os testes custarão mais do que o voo”, acrescenta. “Não é isso que você quer propor aos viajantes à medida que emergimos desta crise. Os custos dos testes devem ser melhor gerenciados. Isso é crítico se os governos querem salvar empregos no setor de turismo e transporte.”

Walsh observa que os Regulamentos Sanitários Internacionais da OMS estipulam que os estados não devem cobrar pelos testes ou vacinação necessários para viagens ou para a emissão de certificados, e que o Comitê de Emergência COVID da OMS reiterou recentemente esta posição, pedindo aos governos que reduzam as finanças e ônus para os viajantes internacionais para cumprir os requisitos de teste e quaisquer outras medidas de saúde pública implementadas pelos países.

A IATA, com sede em Montreal, acusa muitos países de ignorar suas obrigações aos tratados internacionais, colocando em risco a recuperação das viagens e arriscando milhões de meios de subsistência. Além disso, Walsh pergunta por que os custos dos testes variam tanto de país para país. “Como é que o custo mínimo de um teste de PCR pode ser tão baixo quanto $77 na Austrália, mas U$278 no Japão, por exemplo?” E os altos custos de teste, afirma ele, também incentivam o mercado de certificados falsos.

Entre os mercados pesquisados, a França representa a melhor prática, diz a IATA, já que o país arca com os custos dos testes, incluindo testes para facilitar as viagens. A IATA também está animada com o fato de o Parlamento Europeu “estar levando a Europa na direção certa”, tendo declarado na semana passada que os testes devem ser universais, acessíveis, oportunos e gratuitos em toda a CE.

“Estamos em uma emergência econômica e de saúde. O teste é parte do caminho para a recuperação. Portanto, é responsabilidade do governo garantir que os testes sejam acessíveis a todos”, afirma Walsh. “Mas se os governos não vão tornar o teste gratuito, pelo menos eles devem garantir que não haja lucro com empresas de teste às custas de pessoas que querem apenas voltar a alguma forma de normalidade em suas vidas e hábitos de viagem.”

“Esse escrutínio deve incluir os próprios governos que, em hipótese alguma, devem cobrar uma taxa por esse serviço crítico. Os custos dos testes não devem impedir as pessoas de ter a liberdade de viajar. Os governos devem agir rapidamente para garantir que os custos dos testes não impeçam a recuperação das viagens.”

Os mercados cobertos pela amostra da IATA foram Austrália, Brasil, França, Alemanha, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Suíça, Tailândia, Reino Unido, EUA e Vietnã. E embora nem todos esses mercados exijam testes de PCR, os requisitos de entrada com o teste por muitos países podem torná-los necessários para os cidadãos.

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