36th. America’s Cup está começando!
Criada há 169 anos, logo após uma escuna como um fantasma radical sair da névoa da tarde para rapidamente ultrapassar o Royal Yacht que estava parando no vento entre a Ilha de Wight e a costa sul da Inglaterra. Sob os olhares da Raínha Victória, algo começou a surgir.
Tão logo a escuna chamada América ultrapassou o Royal Yacht para obter a primeira colocação. Os seus tripulantes reverenciaram três vezes o Royal Yacht, e a Raínha Victória logo pediu a um de seus assistentes para lhe dizer quem estava em segundo lugar. “Sua Majestade não há segundo lugar” foi a resposta. Essa frase, apenas quatro palavras, ainda é a melhor descrição da America’s Cup, e como ela representa a busca singular de excelência.
Naquele dia, em agosto há 169 anos, o América representando o New York Yacht Club, venceu o melhor que a Grã-Bretanha tinha, para ficar com o troféu Royal Yacht Squadron’s 100 Pound Cup. Porém isso, mais do que uma simples regata, no entanto simbolizou uma grande vitória do novo mundo sobre o velho mundo, sendo um triunfo que destronou a Grã-Bretanha como potência marítima indiscutível do mundo. Logo depois o América venceu a 100 Guinea Cup, e o Comodoro do New York Yacht Club, John Cox Stevens, vendeu a escuna e a tripulacão voltou para New York como heróis. Cox e os tripulantes doaram o troféu para o Yacht Club afirmando que ele deveria ser “Uma Cup para o desafio permanente de uma competição amigável entre as nações”.
Estava criada a America’s Cup em homenagem a escuna vencedora, América, e apenas100 anos depois o troféu saiu de New York.
A America’s Cup sem duvida é o troféu mais difícil do esporte para ser ganho. Em mais de 150 anos, desde a primeira regata fora da Inglaterra, apenas quatro países ganharam o que é chamado “o mais antigo troféu do desporto internacional.” Antes da realizacão do primeira Olimpíada em 1896 em Atenas, nove edições da America’s Cup já haviam sido disputadas.
Falta um ano para, entre 6 e 21 de marco de 2021, a 36th America’s Cup atingir o seu auge em Waitemata Harbou, Nova Zelândia, em um anfi-teatro natural na espetacular Baía de Auckland tendo uma linda paisagem como moldura.
Mas os preparativos já começaram no mínimo há 2 anos com a construção dos primeiros monocascos que as equipes (sindicatos) começaram a lançar para a agua no final de 2019. Tudo será novo, ultra moderno e sofisticado, pois desde a 32ª. edição em 2007 não eram usados os monocascos, e serão os maiores veleiros usados até hoje, classe AC 75 com 75 pés.
Quatro mega veleiros estarão disputando quem será o grande desafiador do Team New Zealand vencedor da última edição em 2017. O cenário, tanto das regatas desafio e assim como a final, será de ventos fortíssimos e variáveis, ondas altas, correntezas e rajadas inesperadas vindo principalmente da entrada da baia.
Os sindicatos, como são chamadas as empresas montadas para administrar o complexo e milionário esquema para participar de uma America’s Cup gastam cerca de 120 milhões de dolares durante três anos, desde a montagem do sindicato até a ultima regata. Cada sindicato constrói dois barcos exatamente iguais, a partir de um projetista contratado que monta uma equipe de cerca de 50 pessoas para trabalharem no projeto, logística, construção e montagem além de dar suporte técnico nas regatas. Os sindicatos contratam os melhores iatistas do mundo para tripularem os barcos, sendo uma equipe titular e uma reserva composta de 11 tripulantes para cada barco. Em uma America’s Cup tem mais medalhistas olimpicos participando do que em uma prórpia Olimpíada devido a qualidade de cada tripulacão profissional contratada que para estarem nesses barcos onde tem que ter muito preparo fisico, força e habilidade pois os AC75 chegam a velocidades duas vezes superior à força dos ventos devido a sua área de velas de 260 m2.
Cada veleiro pesa 5,9 toneladas, cada casco mede 23 metros e o mastro mede incríveis 40 metros, equivalente a um edifício de 12 andares.
Até chegar a final: America’s Cup Finals, 15-22/1/21, cada sindicato tem que participar das fases eliminatórias: America’s Cup World Series: Sardenha, 23-26/4/20, Portsmouth, 4-7/6/20, Auckland, 17-20/12/20
Para a edição de 2021, 4 teams/sindicatos inscreveram-se para as eliminatórias: Luna Rosa Prada Pirelli (Itália), American Magic (Estados Unidos), Ineos Team (Inglaterra), Star&Stripes (Estados Unidos) e o atual campeão Emirates Team New Zealand (Nova Zelândia). Para a etapa final segue o vencedor das eliminatórias e o os campeões.
Detalhe curioso é que durante tôda a fase classificatória o barco campeão pode fazer o mesmo que os desafiantes estão disputando, com o objetivo de treinar e avaliar as suas condições técnicas em relação aos adversários.
Para aqueles que querem sentir verdadeiramente o clima das regatas in loco, ao redor da raia de competição, práticamente em tôda a sua extensão foram montados os locais de ancoragem para todos os tipos de embaracações, desde pequenos botes até mega iates.
